terça-feira, 13 de maio de 2008

Retalhos em Sampa

Por esses dias juntei uns trapos e deitei no centro calçado de pedras brancas e pretas. Foi por aí até fechar o olho com pinga.
Então, comi um bezerro de ouro no restaurante mais lustroso da avenida.
Tomei um buzão lotado, feliz com 18 quilos de sacolas 25 de março. Quando meu baton deixava a boca mais, se foi o salto num buraco do asfalto. Joelho ralado. Ao correr da polícia por uns rabiscos no muro levei rodo, tinta na cara e murro.
Mais uma fiada de bloco e fim do trabalho.
Junta salsinha, coentro picado, refoga cebola, despeja tutano, depois alho.
Grafito
Ciência de risco
Borrifo de cor
Respira parede.
Tenho medo de menino preto,
Aperto minha bolsa no peito.
Guardo asco de cabelo amarelo,
Ponho lustro no parabelo.
Ontem, no meio da Paulista
Uma gata de olhos verdes e blusa de listra.
Prefiro ações
Bolsa de bolores.
Me vê uma coxinha.
Sai um salada no balcão Ceará.
Meu pai é baiano, minha mãe é mineira
Onde é que vamo Pará?
Graffite,
da margem à vitrine boutique.
Arte combate ou segue pro abate?
Arranca pedaço ou só cão que late?
Palpite?

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